Um novo capítulo de tensão política tomou forma em Brasília após declarações duras de Davi Alcolumbre, que voltou a reclamar publicamente de ataques que, segundo ele, vêm sendo direcionados à sua atuação no Senado. As falas do senador elevaram a temperatura entre o Congresso, o governo federal e até integrantes do Supremo, criando mais um ponto de atrito num cenário já marcado por disputas e desconfianças.
O estopim foi uma sequência de críticas que Alcolumbre disse estar recebendo por decisões tomadas na Comissão de Constituição e Justiça, colegiado que preside e que concentra algumas das pautas mais sensíveis da política nacional. Ele afirmou que está sendo alvo de pressões externas e de tentativas de deslegitimar seu trabalho, insinuando que determinados grupos querem criar uma narrativa para enfraquecer sua posição no Senado. O senador tratou o assunto com evidente irritação, frisando que não aceita ser responsabilizado por impasses que, na visão dele, envolvem articulações de outros poderes.
As reclamações repercutiram rapidamente. No governo, aliados do presidente viram as falas como uma tentativa de jogar para o Executivo a responsabilidade por desgastes acumulados no Congresso. A leitura entre ministros é que Alcolumbre busca blindar sua própria imagem num momento em que decisões da CCJ têm provocado reações fortes de setores econômicos, jurídicos e políticos. Mesmo sem citar nomes, a fala do senador foi interpretada como recado direto ao entorno de Lula, criando um ambiente ainda mais sensível nas negociações entre Planalto e Senado.
No Supremo, o discurso também gerou desconforto. A referência indireta a ministros foi percebida como mais uma investida contra o Judiciário, que já enfrenta críticas de parlamentares por decisões que interferem em debates legislativos. A Corte tem evitado entrar em embates públicos, mas assessores e interlocutores próximos reconheceram que o tom usado por Alcolumbre amplia a sensação de instabilidade institucional. O STF, ao mesmo tempo em que tenta preservar sua imagem, sabe que depende da articulação política no Senado para avanços internos, o que aumenta a importância das relações com o presidente da CCJ.
Dentro do Senado, colegas de Alcolumbre estão divididos. Alguns avaliam que ele tem sido pressionado além do normal e que reagiu para mostrar força. Outros consideram que o senador está exagerando e criando um clima artificial de conflito para reforçar seu protagonismo em disputas internas. Líderes partidários tentam evitar que o atrito se transforme num impasse maior que trave votações importantes nas próximas semanas.
A situação deixa claro que a relação entre Legislativo, Executivo e Judiciário continua marcada por desconfiança mútua. A irritação de Alcolumbre funciona como termômetro de um ambiente político frágil, no qual qualquer movimento é interpretado como tentativa de interferência ou disputa por espaço. Nos bastidores, o clima é de cautela: ninguém quer ampliar a crise, mas todos reconhecem que o ambiente está carregado. Se não houver esforço de pacificação, a tendência é que novos atritos se acumulem, dificultando ainda mais o avanço de pautas prioritárias no Congresso.
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