VÍDEO: POLÍCIA DESCOBRE ARMAÇÃO NO CASO DA FALSA BOMBA AMARRADA EM CAMINHONEIRO



 A Polícia Civil de São Paulo concluiu que o episódio envolvendo um caminhoneiro amarrado a uma bomba dentro da cabine do caminhão no Rodoanel foi uma encenação cuidadosamente planejada por ele mesmo. O motorista, identificado como Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, confessou ter montado o simulacro de explosivo e armado todo o sequestro para atrair atenção para reivindicações da categoria.


De acordo com a investigação, Dener admitiu que usou materiais simples para criar o artefato: fios de fone de ouvido, papel-alumínio, fita crepe, um galão de água e até um pequeno cilindro de gás. Ele próprio amarrou suas mãos dentro da cabine e, num momento oportuno, arremessou uma pedra contra o para-brisa para reforçar a ideia de violência ou ataque. A simulação foi tão convincente que equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) foram acionadas, e a rodovia ficou totalmente interditada por cerca de cinco horas.


As imagens de câmeras de segurança jogaram luz sobre a farsa. Em registros obtidos pela polícia, é possível ver Dener saindo da cabine, jogando a pedra contra o caminhão e, em seguida, amarrando-se para dar mais veracidade à cena. A montagem culminou em um bloqueio significativo: o caminhão permaneceu atravessado na pista, provocando congestionamento e mobilizando autoridades como o GATE, que tratou o objeto como explosivo até ser constatada a falsidade.


Durante todo o episódio, o motorista afirmou que estava sob coação de criminosos que o teriam sequestrado e amarrado à bomba. Ele descreveu uma versão na qual três homens invadiram o caminhão enquanto ele trafegava, o obrigaram a parar e instalaram o suposto artefato. No entanto, ao ser confrontado pela polícia com evidências técnicas e contradições em seus depoimentos, ele acabou admitindo que havia forjado a história sozinho.


Segundo ele, a motivação por trás da mentira era chamar a atenção para a classe dos caminhoneiros, que, segundo ele, sofre com condições difíceis de trabalho e falta de apoio. Ele afirmou que nunca planejou ferir alguém ou extorquir dinheiro, apenas queria visibilidade para suas demandas. Em seu relato, disse ter subestimado o impacto que a encenação teria — desde a mobilização policial até o grande congestionamento no Rodoanel.


A Secretaria de Segurança Pública anunciou que Dener foi indiciado por “falsa comunicação de crime”, conforme prevê o artigo 340 do Código Penal. A pena pode variar de detenção a multa, dependendo da decisão judicial. A investigação continua sob responsabilidade da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Taboão da Serra para apurar se ele agiu totalmente sozinho ou se há outras pessoas envolvidas.


Além de encarar responsabilidade criminal, o motorista também disse estar em acompanhamento psicológico, reconhecendo o peso da encenação. Ele afirmou que não faz uso de substâncias ilícitas ou medicamentos controlados, e atribuiu seu comportamento à pressão emocional, não a uma tentativa de golpe tradicional.


O episódio expôs fragilidades sérias. A princípio, tratou-se como uma ameaça real de explosivo — o que mobilizou uma operação de risco, com bloqueio de via, isolamento do caminhão e uso de drones e equipes especializadas. A revelação de que era tudo simulação provocou indignação, não apenas entre as autoridades, mas também entre a população, já afetada pelo impacto do engarrafamento.


Em resumo, a polícia concluiu que o motorista arquitetou todo um espetáculo para conseguir atenção. O que parecia uma situação de sequestro com bomba real se transformou em uma estratégia arriscada para visibilidade, e agora ele pode ser responsabilizado criminalmente pela falsificação de crime grave.

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