A investigação sobre a possível violação da tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro ganhou força depois que a Polícia Federal ouviu o ex-presidente para esclarecer o que aconteceu na noite em que o equipamento apresentou sinais de dano. No depoimento, Bolsonaro confirmou que realmente aplicou calor no aparelho, assumindo que usou um ferro de solda para tocar na parte que mantém o monitor preso ao tornozelo. Ele alegou que não tinha intenção de romper o dispositivo nem de burlar o controle, mas reconheceu que tomou uma atitude impulsiva e sem pensar nas consequências.
A madrugada em questão levantou suspeitas porque o sistema de vigilância identificou uma alteração brusca no funcionamento da tornozeleira. Quando os técnicos foram verificar, encontraram a pulseira com marcas de queimadura e deformações internas. Esse tipo de dano não ocorre por desgaste natural, o que levou as autoridades a concluírem que houve uma tentativa de manipulação. Bolsonaro, ao ser questionado, disse que estava agitado, mexeu no aparelho por curiosidade e acabou aproximando o ferro quente sem medir o impacto disso.
Durante o depoimento, Bolsonaro reforçou que não tentou puxar ou arrancar a tornozeleira. Segundo ele, em nenhum momento houve a intenção de remover o monitor. Afirmou que apenas encostou o ferro no equipamento para “ver o que acontecia”, reconhecendo depois que foi uma atitude irresponsável. Ele acrescentou que estava passando por um período de tensão emocional, dormindo mal e tomando medicamentos prescritos para ansiedade, o que teria contribuído para uma perda momentânea de clareza.
Os agentes da PF, porém, confrontaram essa versão com os registros técnicos, que mostraram mais do que um simples toque. O calor aplicado foi suficiente para comprometer parte da estrutura do monitor. Para os investigadores, isso não pareceu um gesto ingênuo, mas algo que poderia facilmente ter levado à abertura da pulseira se tivesse continuado por mais tempo. Esse contraste entre o relato do ex-presidente e as evidências laboratoriais tornou o caso ainda mais delicado.
Bolsonaro também afirmou que ninguém da casa soube do que estava acontecendo. Ele disse que todos dormiam e que o episódio durou poucos minutos. Depois de perceber o que estava fazendo, parou imediatamente e foi descansar. A PF questionou também se ele pretendia fugir, já que situações assim costumam levantar essa suspeita. Bolsonaro negou, dizendo que jamais tentaria se livrar da fiscalização e que não tinha motivo para isso. Para ele, o fato se tratou apenas de uma atitude impensada no meio da noite.
Mesmo com a explicação, a Justiça avaliou que houve desrespeito claro às condições impostas. A tentativa de alterar o equipamento, mesmo que não tenha sido concluída, foi interpretada como quebra de confiança. O caso acabou agravando sua situação judicial, pois demonstrou que ele era capaz de interferir no monitoramento que tinha obrigação de cumprir. O episódio ampliou o desgaste político e judicial, gerando mais um capítulo de tensão em torno do ex-presidente.
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