Uma fala recente do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, provocou debate nacional ao tratar da possibilidade de classificar facções criminosas como organizações terroristas. O integrante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não há intenção de enquadrar grupos como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho nessa categoria. Segundo ele, o motivo é jurídico: a definição de terrorismo prevista na legislação brasileira não se aplica a esses casos.
Lewandowski explicou que, de acordo com a Lei Antiterrorismo, o terrorismo envolve atos motivados por razões ideológicas, políticas, religiosas ou de ódio. Já as facções atuam com interesse financeiro e territorial, sem uma causa política ou ideológica. Por isso, na visão do ministro, o enquadramento dessas organizações como terroristas não seria correto nem útil para o combate ao crime. Elas continuariam sendo tratadas como organizações criminosas, conforme já determina a lei.
O ministro ressaltou ainda que misturar as duas classificações poderia trazer prejuízos jurídicos e operacionais, complicando investigações e processos. Cada tipo de crime possui um tratamento legal específico, com formas diferentes de responsabilização, tipos penais e penas. A tentativa de unir as categorias poderia, segundo ele, gerar brechas e até dificultar punições, caso os tribunais entendessem que a definição de terrorismo não se encaixa na prática das facções.
A fala de Lewandowski dividiu opiniões. Setores da oposição e parte da sociedade civil criticaram a posição do governo, alegando que o poder das facções e o uso da violência em larga escala já se assemelham a práticas terroristas. Essas organizações dominam territórios, impõem regras pela força e espalham medo entre os moradores, características que, na visão dos críticos, seriam suficientes para classificá-las como terroristas ou “narcoterroristas”.
Já o governo mantém o entendimento de que o termo “terrorismo” deve ser usado apenas em situações em que há motivação política ou ideológica. Para o Ministério da Justiça, equiparar facções criminosas a terroristas poderia gerar confusão legal e dificultar acordos internacionais, já que o Brasil seguiria uma interpretação diferente da usada por outros países. Além disso, o ministro afirmou que a prioridade é fortalecer as políticas de segurança e inteligência para enfraquecer financeiramente essas organizações, e não apenas mudar o nome sob o qual elas são combatidas.
A decisão do governo também tem peso político. Nos últimos meses, projetos de lei apresentados no Congresso propuseram que o PCC e outras facções fossem incluídos na lista de grupos terroristas, mas o Planalto se posicionou contra. O argumento é que o país já possui instrumentos legais suficientes para enfrentar o crime organizado, e que criar novas categorias não resolveria o problema da violência.
O posicionamento de Lewandowski, portanto, reforça uma postura cautelosa do governo Lula. Em vez de adotar uma mudança simbólica, o ministro prefere manter o foco em ações práticas de investigação, controle de fronteiras e bloqueio de recursos ilícitos. Mesmo assim, a polêmica deve continuar, já que o tema envolve não apenas a segurança pública, mas também o modo como o Estado reconhece e enfrenta o poder crescente das facções no território nacional.
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