VÍDEO: MICHELLE BOLSONARO DIVERGE PUBLICAMENTE DE EDUARDO EM POLÊMICA

Uma nova divergência dentro do núcleo bolsonarista ganhou destaque após um episódio envolvendo Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro. A diferença de posicionamentos, tornada pública nas redes sociais, expôs tensões internas na família e no Partido Liberal (PL), que tenta manter coesão política diante da ausência de Jair Bolsonaro das disputas eleitorais e da crescente projeção da ex-primeira-dama.

Tudo começou quando Michelle Bolsonaro teria pedido a demissão de Fábio Wajngarten, advogado e ex-assessor de comunicação do ex-presidente, após a divulgação de mensagens privadas em que ele e Mauro Cid faziam comentários sobre a atuação política dela. O afastamento de Wajngarten gerou desconforto entre aliados e provocou reação de Eduardo Bolsonaro, que saiu em defesa do advogado. Em suas redes, Eduardo publicou uma mensagem de apoio a Wajngarten, exaltando sua lealdade e experiência, o que foi visto como uma crítica indireta à postura da ex-primeira-dama.

A repercussão foi imediata. O gesto de Eduardo evidenciou que há uma disputa velada por espaço e influência dentro do grupo político que gira em torno do nome Bolsonaro. De um lado, Michelle tenta construir uma imagem mais moderada e próxima do público feminino e religioso, investindo em ações institucionais e participando ativamente de eventos do PL Mulher. De outro, Eduardo mantém o estilo combativo que herdou do pai, defendendo o discurso mais ideológico e voltado à base conservadora fiel.

Essa diferença de postura representa também duas visões de futuro para o bolsonarismo. Michelle aposta na ampliação do eleitorado, buscando atrair novos públicos e suavizar a imagem do movimento. Já Eduardo se mantém fiel à linha mais dura, temendo que uma mudança de tom descaracterize o projeto político iniciado por Jair Bolsonaro. A tensão entre ambos reflete a dificuldade da família e do partido em definir quem será o verdadeiro herdeiro político do ex-presidente.

O PL, ciente da importância dos dois nomes, vem conduzindo pesquisas internas para medir o potencial eleitoral de cada um. Tanto Michelle quanto Eduardo aparecem como possíveis candidatos nas eleições de 2026, o que intensifica a disputa interna. A presença crescente de Michelle em eventos partidários contrasta com o afastamento de Eduardo, que passa boa parte do tempo fora do país. Essa distância física e simbólica reforça a sensação de que a ex-primeira-dama vem ocupando o espaço deixado pelo deputado.

Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro tenta manter neutralidade pública sobre o conflito, mas aliados afirmam que a tensão já causa incômodo. Para o partido, a prioridade é evitar que o embate pessoal se transforme em uma crise institucional. No entanto, o episódio serviu para mostrar que o bolsonarismo, mesmo com forte base popular, enfrenta seu momento mais delicado de reorganização.

A disputa entre Michelle e Eduardo não se resume a uma briga familiar — é uma batalha política por liderança, influência e futuro dentro da direita brasileira. Se Michelle continuar ampliando seu protagonismo, pode se tornar a principal figura do PL nas próximas eleições. Já Eduardo, para não perder relevância, precisará recalibrar sua atuação e reconectar-se ao eleitorado. No fim, o episódio revela que o movimento criado por Jair Bolsonaro começa a se fragmentar entre novas lideranças e velhos métodos de poder.

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