Índios de várias etnias promoveram um protesto contundente na COP30, em Belém, para denunciar o que veem como ações contraditórias do governo Lula em relação à proteção da Amazônia. Eles bloquearam a entrada principal do evento por cerca de 90 minutos, formando uma corrente humana e cantando frases como “ninguém entra, ninguém sai”, para deixar claro que não aceitavam simplesmente ficar de fora.
O foco das reivindicações indígenas é amplo: exigem mais participação nas negociações climáticas, demarcação de terras, fim da exploração predatória — como mineração, extração de madeira e petróleo — e a paralisação de grandes projetos como ferrovias e hidrovias que ameaçam seus territórios. Para eles, esses projetos de desenvolvimento representam uma ameaça direta não só às florestas, mas à própria sobrevivência cultural.
A mobilização foi liderada por membros do povo Munduruku, que levaram cartazes com dizeres como “nossa terra não está à venda” e criticaram duramente a política do governo. Em comunicado, declararam que não querem ser sacrificados em nome do agronegócio ou do “progresso” econômico. Há insatisfação clara com a promessa presidencial de dar voz aos povos indígenas na COP, já que muitos se sentem representados apenas simbolicamente, e não de fato incluídos nas decisões.
Durante o protesto, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, dialogou com os manifestantes. Em um momento simbólico, ele segurou no colo o bebê de uma das lideranças enquanto conversavam, buscando pacificar a situação. Depois de um acordo, os indígenas se afastaram da entrada principal e a conferência pôde retomar as atividades por essa via, embora muitos participantes tenham sido redirecionados para acessar o evento por outras portas.
Mesmo com a presença ostensiva de militares e equipes de segurança da ONU, a manifestação transcorreu de forma pacífica. Não houve confronto violento, e os líderes indígenas repetiram que seu papel é de guardiões da floresta — eles exigem que seja reconhecido formalmente nas decisões sobre clima. A ação, segundo eles, não é somente simbólica: é urgente, porque sabem que os biomas amazônicos estão sob pressão crescente.
A mobilização dos indígenas ecoa uma crítica recorrente durante a COP30: a de que o governo brasileiro, apesar de sediar a conferência na Amazônia, falha no compromisso real com a proteção ambiental. Para alguns deles, a conferência não pode ser apenas uma vitrine internacional se os projetos destrutivos no território continuam avançando. Eles querem participação de verdade, não apenas promessas.
A repercussão desse protesto é grande. O ato chamou a atenção de delegados, jornalistas e lideranças internacionais para a urgência das demandas indígenas. O gesto reforça que a presença física na conferência não basta — para os manifestantes, é preciso influência concreta. A mobilização serve como lembrete de que a crise climática não é apenas técnica, mas diretamente conectada às lutas por terra, identidade e justiça socioambiental.
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