A ministra Macaé Evaristo, responsável pela área de Direitos Humanos e Cidadania, participou de um painel na COP30 e acabou chamando atenção ao introduzir o termo “privilégio climático” em seu discurso. A fala gerou debate imediato porque ela relacionou os impactos de desastres ambientais à questão racial, ampliando a discussão que normalmente envolve apenas aspectos técnicos, ambientais e socioeconômicos. Segundo a ministra, ao observar dados ligados a deslizamentos de terra e outros eventos extremos, há uma presença maior de pessoas negras entre as vítimas, o que, na visão dela, evidenciaria desigualdades estruturais que se refletem diretamente na forma como certos grupos são mais expostos a riscos climáticos.
No discurso, Macaé defendeu que fenômenos como enchentes, deslizamentos e ondas de calor não atingem todas as comunidades da mesma maneira. Ela argumentou que, em muitos casos, populações pobres e periféricas são empurradas para áreas mais vulneráveis devido à falta de políticas urbanas eficazes e à ausência de oportunidades de habitação digna. Para a ministra, essas condições acabam criando uma espécie de hierarquia de exposição ao risco, na qual parte da população vive desproporcionalmente ameaçada por desastres ambientais.
A referência ao chamado “privilégio climático” foi usada para descrever como determinados grupos teriam mais segurança, infraestrutura e proteção diante de eventos extremos, enquanto outros enfrentam perigo constante. A ministra destacou que bairros mais estruturados, com drenagem adequada, contenção de encostas e planejamento urbano, sofrem menos consequências em comparação com regiões marginalizadas, onde o Estado chega de maneira irregular e insuficiente. Esse contraste, segundo ela, revelaria uma desigualdade que se perpetua tanto no cotidiano quanto em situações emergenciais.
O ponto mais comentado foi a afirmação de que os dados de deslizamentos mostram um número maior de vítimas negras do que brancas. Com isso, ela reforçou que a pauta climática não pode ser tratada de forma isolada, mas precisa considerar fatores sociais, demográficos e históricos. A proposta da ministra é que políticas públicas globais e nacionais reconheçam que os danos ambientais afetam de forma distinta grupos sociais que já vivem sob condições precárias.
A participação de Macaé na COP30 também teve como objetivo pressionar pela inclusão de indicadores sociais mais rigorosos nas discussões internacionais sobre clima. Ela defendeu que países em desenvolvimento precisam assumir responsabilidade interna, mas também cobrar comprometimento das nações mais ricas – especialmente no financiamento de ações voltadas à adaptação e mitigação em regiões vulneráveis.
Críticos, por outro lado, argumentaram que a ministra expandiu demais o conceito de desigualdade climática e acabou politizando uma pauta que deveria ser discutida com foco técnico e ambiental. Já apoiadores afirmaram que ignorar a dimensão social do problema seria fechar os olhos para a realidade vivida por milhões de brasileiros que estão nas áreas mais afetadas.
Com a repercussão, o discurso de Macaé acabou se tornando um dos momentos mais comentados da participação brasileira na COP30, reacendendo o debate sobre como questões raciais, pobreza e políticas ambientais se cruzam dentro do cenário nacional.
VEJA TAMBÉM:
Clique aqui para ter acesso ao livro escrito por juristas, economistas, jornalistas e profissionais da saúde conservadores que denuncia absurdos vividos no Brasil e no mundo, como tiranias, campanhas anticientíficas, atos de corrupção, ilegalidades por notáveis autoridades, fraudes e muito mais.
Aviso: garanta acesso ao nosso conteúdo clicando AQUI, para entrar no grupo do WhatsApp onde você receberá todas as nossas matérias, notícias e artigos em primeira mão (apenas ADMs enviam mensagens).
Comentários
Postar um comentário
Cadastre seu e-mail na barra "seguir" para que você possa receber nossos artigos em sua caixa de entrada e nos acompanhe nas redes sociais.