A reação do presidente Lula às declarações do chanceler alemão Friedrich Merz virou assunto nacional. Merz, ao comentar sua passagem por Belém durante compromissos ligados à COP30, afirmou que ficou “aliviado” ao deixar a cidade, comentário que soou ofensivo e gerou irritação no governo brasileiro. Em resposta, Lula partiu para uma defesa enfática tanto da capital paraense quanto da cultura local, devolvendo a crítica com ironia e firmeza.
Durante um discurso no Pará, Lula afirmou que o chanceler só deixou Belém insatisfeito porque não viveu de verdade a cidade. Segundo ele, se Merz tivesse aproveitado a culinária regional, conhecido a hospitalidade do povo local ou até dado uma volta em um boteco tradicional, teria tido outra impressão. O presidente disse que o alemão perdeu a chance de experimentar aquilo que torna o Pará único e vibrante. A menção à maniçoba, prato típico da região, foi usada por Lula como símbolo dessa identidade cultural que, segundo ele, Merz sequer tentou conhecer.
Lula não limitou sua resposta ao plano cultural; ampliou o discurso ao comparar Belém com grandes capitais europeias. O presidente afirmou que a cidade paraense oferece muito mais do que se imagina e que, em vários aspectos, supera locais que muitos consideram “modelos de desenvolvimento”. Para ele, a fala do chanceler demonstra uma visão distorcida e pouco aberta à diversidade presente na Amazônia. Lula sugeriu que a postura de Merz reflete desconhecimento e até arrogância, reforçando que a experiência em Belém poderia ter sido diferente se o visitante tivesse se disposto a enxergar além de estereótipos.
Autoridades locais também reagiram. O governador do Pará classificou a fala do chanceler como infeliz e desrespeitosa. Já o prefeito de Belém destacou que a cidade costuma receber bem turistas e delegações internacionais, e que a declaração de Merz não condiz com a realidade que muitos estrangeiros vivenciam ao visitar a região. Para as lideranças do estado, o comentário é um retrato de uma visão limitada sobre a Amazônia.
Lula aproveitou o episódio para criticar novamente aqueles que duvidaram da capacidade de Belém sediar a COP30. Ele disse que muitos brasileiros fazem críticas semelhantes às feitas pelo chanceler, subestimando o Norte como se fosse um território inferior ou inadequado a grandes eventos globais. Para o presidente, esse tipo de atitude revela preconceitos internos que precisam ser superados.
A situação acabou transformando uma crítica pontual em um debate maior sobre identidade nacional, desigualdades regionais e reconhecimento cultural. A fala de Lula demonstra que, além de defender Belém, ele quis apontar a necessidade de respeitar diferentes realidades brasileiras. O presidente enfatizou que desenvolvimento não se resume ao padrão europeu de urbanização e que a riqueza de um lugar também está em sua tradição, seu povo e seu modo de vida.
Em resumo, a resposta de Lula foi uma mistura de indignação, ironia e reafirmação do valor cultural da Amazônia. O presidente deixou claro que não aceitaria que Belém fosse tratada de maneira depreciativa e usou a situação para reforçar a importância de enxergar o Brasil em toda a sua diversidade.
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