VÍDEO: JORNALISTA DÁ CHILIQUE APÓS PAGAR R$ 99 EM DOIS SALGADOS E UM REFRIGERANTE NA COP30 E VIRALIZA

Durante a COP30, realizada em Belém (PA), o jornalista Márcio Gomes, da CNN Brasil, virou assunto nas redes sociais após reclamar do preço de uma refeição comprada dentro do evento. Ele relatou que pagou R$ 99 por dois salgados e um refrigerante, valor que rapidamente gerou comentários e críticas na internet. O episódio levantou questionamentos sobre o custo da alimentação e a acessibilidade durante uma conferência que, em tese, busca promover inclusão e sustentabilidade.

Em um vídeo gravado pelo próprio jornalista, ele mostrou o que havia comprado: uma quiche de espinafre com refrigerante zero, que custou cerca de R$ 70, e um outro salgado, de camarão com queijo, por aproximadamente R$ 29. Mesmo explicando que o queijo vinha do arquipélago do Marajó — o que encareceria o produto por ser um item regional —, Márcio afirmou que o valor cobrado era alto demais para um lanche simples. A reação espontânea acabou sendo compartilhada por diversos perfis e rapidamente viralizou.

A cena chamou atenção não apenas pelo tom bem-humorado da indignação do jornalista, mas pelo contraste entre a realidade local e os preços praticados. Belém é uma capital marcada por desigualdades sociais, e muitos moradores enfrentam dificuldades econômicas. Assim, o custo elevado dentro do evento foi interpretado por parte do público como uma mostra de desconexão entre o discurso da COP30 — que valoriza a Amazônia e busca aproximar a pauta ambiental da população — e as práticas comerciais adotadas ali.

Outros jornalistas e participantes também relataram valores semelhantes nos pontos de venda da conferência. Havia refrigerantes custando R$ 25, coxinhas a R$ 30 e pratos simples ultrapassando facilmente os R$ 100. As imagens de cardápios e produtos circularam nas redes, alimentando o debate sobre o elitismo que ainda cerca eventos internacionais realizados no Brasil. Muitos internautas questionaram como um encontro que prega sustentabilidade e responsabilidade social pode conviver com preços que afastam a população comum.

A discussão abriu espaço para reflexões mais amplas. Em eventos globais como a COP30, o foco geralmente está nos acordos diplomáticos e nas decisões sobre o clima, mas questões práticas como alimentação e logística também revelam muito sobre a organização e os valores envolvidos. Para especialistas em eventos e comunicação, a percepção pública é parte essencial da imagem institucional. Assim, incidentes como esse podem afetar a credibilidade do discurso de inclusão, especialmente quando ocorrem em regiões com grandes contrastes econômicos.

O episódio também expõe a importância de políticas mais transparentes sobre a escolha de fornecedores e definição de preços em espaços de grande circulação. Incorporar empreendedores locais e estabelecer limites razoáveis poderia aproximar o evento da população e evitar polêmicas como essa. A reclamação de Márcio Gomes, ainda que simples, acabou simbolizando o sentimento de muitos brasileiros diante de situações em que o custo parece desproporcional à realidade do país.

No fim, o “chilique” do jornalista serviu como retrato de um problema recorrente: a distância entre a retórica da sustentabilidade e a prática cotidiana em grandes conferências. O vídeo pode até ter começado como uma queixa sobre o preço de um salgado, mas terminou revelando um debate muito mais profundo sobre acesso, coerência e respeito ao público.

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