VÍDEO: FLAVIO BOLSONARO CONFRONTA PAULO GONET NO SENADO DURANTE SABATINA E APONTA “VERGONHA”

Durante a sabatina de Paulo Gonet no Senado Federal, o clima ficou tenso após um confronto direto entre o senador Flávio Bolsonaro e o indicado à Procuradoria-Geral da República. A sessão, realizada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), teve momentos de forte embate político, com acusações, interrupções e críticas abertas à atuação do Ministério Público Federal (MPF) sob o comando de Gonet.

Flávio Bolsonaro, visivelmente irritado, acusou o procurador de agir de forma alinhada com o Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que Gonet teria se envolvido em “jogos de poder” com ministros da Corte. O senador chegou a dizer que o procurador “envergonha o Ministério Público” e perguntou se ele não sentia vergonha pela conduta adotada pela instituição nos últimos meses. Para o parlamentar, o PGR deveria defender o equilíbrio entre os Poderes, mas estaria, segundo ele, atuando de forma submissa ao Judiciário.

Durante sua fala, Flávio citou episódios que, em sua visão, mostrariam a falta de independência do Ministério Público, como a ausência de posicionamentos mais firmes diante de ações do STF que afetaram parlamentares e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O senador também criticou a condução de inquéritos e a falta de defesa da liberdade de expressão. Para ele, o procurador-geral estaria sendo conivente com “abusos de autoridade”.

Paulo Gonet ouviu as críticas com calma e respondeu de maneira contida. Disse respeitar as opiniões divergentes, mas destacou que sua gestão segue critérios técnicos e pautados na Constituição. O procurador lembrou que sua recondução recebeu o apoio da maioria dos membros do MPF e negou que haja qualquer tipo de subordinação ao Supremo Tribunal Federal. Afirmou ainda que o papel do Ministério Público é atuar com independência, sem ceder a pressões políticas de nenhum lado.

O presidente da CCJ, senador Otto Alencar, precisou intervir em meio ao embate para restabelecer a ordem. Ele pediu respeito entre os participantes e lembrou que a sabatina deveria ser conduzida de forma institucional e com serenidade. Outros senadores também pediram que os questionamentos fossem feitos sem ofensas pessoais, ressaltando a importância de preservar o tom democrático do debate.

Apesar da tensão, a sabatina seguiu seu curso. Paulo Gonet respondeu a perguntas sobre o papel do Ministério Público, investigações de corrupção e limites da atuação judicial. Ao final, sua recondução ao cargo de procurador-geral foi aprovada pela comissão, com 17 votos favoráveis e 10 contrários, confirmando o apoio da maioria dos parlamentares presentes.

O episódio evidenciou o clima de desconfiança entre parte do Legislativo e as instituições de controle, especialmente em temas que envolvem investigações e decisões judiciais. Para Flávio Bolsonaro, a postura de Gonet representa uma “vergonha institucional”, enquanto para o procurador, as críticas fazem parte do ambiente democrático e não afetam sua missão de garantir a legalidade. A troca de farpas mostrou, mais uma vez, como o Senado se tornou um espaço de disputas políticas intensas, em que sabatinas se transformam em arenas para confrontos diretos entre governo, oposição e representantes do sistema de Justiça.

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